sábado, 30 de outubro de 2010

A TEORIA E A PRÁTICA


É pensando numa aproximação da teoria com a prática que se busca na geografia vivenciá-las, pois juntas são instrumentos de mudança. A uniformidade que cumprem justifica o valor que elas possuem como um condicionamento para uma transformação social.

O profissional da geografia tem que estar disposto a apresentar as forças geradoras que contribuem para moldar o espaço geográfico. Entender a dinâmica e interações existentes entre atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera não é suficiente, pois o profissional também tem que saber transmitir o conhecimento adquirido, pois assim o profissional será capaz de passar a mensagem de que o homem é um organismo capaz de alterar significativamente as ações da natureza através da tecnologia.

O professor de geografia tem que relacionar o conhecimento com a experiência cotidiana, dando significado aos temas abordados principalmente a partir da experiência de cada um e percebendo sua importância para o mundo, ou seja, fazer relação entre teoria e prática.

Outra dificuldade é quando a realidade não faz referência com as teorias, o que ocasiona dificuldades para interligar os conhecimentos, que por sua vez acabam por parecer indefinido, independente e sem significado.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

AS DEMANDAS DO ENSINO DE GEOGRAFIA


Para que as ações referentes ao ensino de geografia se renovem é necessário reconhecer os inúmeros problemas por parte dos profissionais envolvidos. São muitas as linhas de raciocínio e de difícil análise quanto aos vários estudiosos da geografia, seja de uma forma geral ou dentro das características regionais. Nem sempre percebemos a atuação de professores comprometidos ao ponto de permitir aos alunos uma melhor compreensão do planeta. “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.” (FREIRE, 2002, p. 22).

De certo, as práticas pedagógicas normalmente estão embasadas em modelos, nos quais cabe ao professor ensinar conteúdos e ao estudante, aprender. Existe urgência por revisões nos cursos em licenciatura em geografia, pois na grande maioria o elemento qualitativo perde espaço para o quantitativo.

A estrutura curricular dos cursos de licenciatura ainda faz com que as disciplinas permaneçam isoladas, seguindo procedimentos de racionalidade técnica. Por isso, rever a estrutura curricular dos cursos de licenciatura significa rever essas linhas de pensamentos. Os estudos do período de formação de professores têm que possibilitar conhecer a teoria de forma prática a realidade. Assim o profissional conduzirá sua prática docente para a construção de novos saberes aos seus futuros alunos.

Cursos estão sendo criados a fim de suprir a falta de profissionais em sala de aula, o que conduz a refletir sobre o fazer pedagógico, pois a nova geografia que se propõe não assume seu papel crítico quando forma um professor de geografia à distância, por exemplo. As práticas pedagógicas durante a formação de um professor tornam indispensáveis saídas de campo, debates, práticas em laboratórios, entre outros. Vygotsky (1991) afirma que a aprendizagem se realiza sempre em um contexto de interação, através da internalização de instrumentos e signos levando a uma apropriação do conhecimento. Esse processo promove o desenvolvimento e a aprendizagem e precede o desenvolvimento.

Se o curso de licenciatura promover situações nas quais os acadêmicos vivenciem saberes que o momento atual propõe, ele terá melhores condições de desenvolver ações pedagógicas para seus alunos, pois para responder às novas demandas e necessidades da sociedade atual, a formação atual dos professores tem que obrigatoriamente ser contextualizada.

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE O ESPAÇO ESCOLAR


O reconhecimento do local para um professor de geografia torna-se fundamental, pois é uma disciplina que faz compreender o espaço geográfico no qual a escola está inserida. O espaço geográfico é produto da atividade social sobre o substrato natural, ou seja, é a relação entre sociedade e natureza. O PCN no que se refere ao estudo do espaço busca perceber a pluralidade da atividade humana, que na sua habilidade estuda as manifestações dela e a dinâmica dos processos naturais.

Eis o espaço geográfico, a morada do homem. Absoluto, relativo, concebido como planície isotrópica, representado através das matrizes e grafos, descrito através de diversas metáforas, reflexo e condição social, experienciado de diversos modos, rico em simbolismos e campo de lutas, o espaço geográfico é multidimensional. Aceitar esta dimensionalidade é aceitar as práticas sociais distintas que permitem construir diferentes conceitos de espaço. (CASTRO, 2001, p.44)

O passado histórico na construção do espaço geográfico é citado por Santos (2004, p.153) “como um conjunto de relações realizadas através de funções e de formas, que se apresentam como testemunho de uma história escrita por processos do passado e do presente”.

Os PCNs, no que se refere ao estudo do espaço busca perceber a pluralidade da atividade humana, que na sua habilidade estuda as manifestações dela e a dinâmica dos processos naturais.

Observa-se o espaço geográfico, como aquele construído através da transformação do mesmo pelo homem (relação sociedade-espaço), tendo como finalidade a intencionalidade humana. Pode-se encontrar no espaço geográfico formas “naturais” (rios, planaltos, planícies e etc.) e artificiais (casas, avenidas e pontes) (GARCIA, 2006).

O ENSINO DE GEOGRAFIA: ORIGENS E TEORIA

A produção acadêmica em torno da percepção geográfica é fruto de todo o saber suscitado nessa ciência com o passar dos anos, promovendo mudanças de paradigmas e de novos ideais na vida humana. É Importante saber que o interesse do homem em entender o ambiente em que vive é muito antigo, quem sabe situado na própria origem do homem.

Somente com o florescimento da civilização grega as abordagens pertinentes ao estudo de Geografia conseguiram alcançar a categoria de ciência. Porém, a geografia só vai se desenvolver enquanto ciência a partir da segunda metade do século XIX, com o surgimento da geografia classificada hoje como Tradicional tendo como seus principais teóricos Ratzel e Vidal de La Blache. E o rompimento da mesma só aconteceu no século XX, com os movimentos de renovação, ou seja, meados dos anos 50 com Geografia Pragmática e na década de 70 com a Geografia Crítica.

Observe-se o quadro com as correntes do pensamento geográfico:



Quadro 01: Correntes do pensamento geográfico
Fontes: Moraes (1983); Correa (1998).